Entenda a reformulação no elenco do gigante paulista, Vôlei Nestlé, para a próxima temporada

Há quatro anos consecutivos fracassando na fase final da Superliga Feminina, a equipe de Osasco muda sua base para voltar ao alto nível de voleibol

Desde 2012, a equipe de Osasco não vem tido mais bons resultados no cenário nacional do voleibol. Isto é, seu último grande título foi nesse mesmo ano, o Campeonato Mundial de Clubes, título que ainda é ambicionado por muitos, inclusive por seu principal rival, o Rexona/Sesc, que é o representante brasileiro na competição e sairá em busca de medalha esse ano.

 Foto: João Pires/Fotojump

Em meio a tantos problemas apontados por quem entende muito ou pelos torcedores de voleibol, os mais apontados são a insistência no elenco por muitos anos, falta de jogadoras especialistas em recepção além das líberos, fraco domínio do psicológico em partida decisivas, dentre outros. Mas, certamente, não se pode apenas julgar com esses olhos o desempenho da equipe nos últimos anos. Se algo está mesmo errado, há muito o que se falar.

Querendo ou não, o Vôlei Nestlé sempre esteve entre os finalistas dos torneios disputados e tinha jogadoras em destaque durante as competições, porém, o grande problema ficava exatamente na disputa do ouro. Devido ao alto investimento na equipe, era cobrado bons resultados e títulos, mas a falta deles foi um ponto forte e as queixas seguiam aumentando com eliminações e derrotas constantes.

COMO O MAU DESEMPENHO CAUSOU GRANDES MUDANÇAS NO ELENCO

A eliminação precoce nas semifinais da última temporada da Superliga foi o ápice para que a direção do time ousasse e se desfizesse de grande parte do elenco considerado intocável, dentre elas, a bicampeã olímpica Thaisa e a campeã olímpica e jogadora mais antiga do clube, Adenízia. A separação das atletas e do clube foi crucial para o início de uma nova equipe, com jogadoras mistas e a presença de duas estrangeiras, sendo elas, sérvias.

 Thaisa, ex-capitã da equipe paulista. Foto: Fotojump

Se desfazer de grandes ídolos do clube realmente não deve ter sido uma tarefa muito fácil. Mas, do antigo elenco titular, sobraram apenas a levantadora Dani Lins, a líbero Camila Brait e a ponteira Gabi, que agora tornou-se capitã da equipe, ocupando o antigo posto de Thaisa. Todo o resto foi reformulado. Das duas jogadoras 7 estrelas que é permitido obter, Dani Lins e Tandara ocuparam a vaga. Tandara, que não esteve nos Jogos Olímpicos, mas que sempre faz uma Superliga regular nos times o qual atua, sendo destaque e estando entre as maiores pontuadoras do torneio. Logo, ela foi considerada uma excelente contratação. Disposto a ter um banco de luxo, a contratação da levantadora campeão olímpica Carol Albuquerque também se deu como boa opção. Mesmo estando parada por um ano, Carol retornou em boa forma física e já tem feitos boas partidas pela equipe.
 

Na foto, medalhistas olímpicas exibem suas medalhas. Foto: João Pires/Fotojump

Para preencher o meio de rede, a central Bia, que já teve passagem pela equipe voltou ao Liberatti, dessa vez mais madura e experiente, ocupando a vaga de titular. A outra vaga está entre Saraelen, presente no elenco desde o ano passado e a central Natália, contratada esse ano e que fez algumas partidas como titular. Na posição de líbero, Camila Brait permanece absoluta e bem casada com a equipe. Na saída de rede, Paula Borgo tem se mostrado excepcional na posição, o que é bom para ela que deverá disputar a posição com a sérvia Ana Bjelica.

EFEITOS DA CONTRATAÇÃO DAS SÉRVIAS NA TEMPORADA

Anteriormente, a contratação das sérvias Tijana Malesevic e Ana Bjelica não havia tomado grandes proporções, principalmente por apenas Malesevic ter nome de peso no cenário mundial do voleibol. Porém, a convocação sérvia para as Olimpíadas Rio 2016 mudou a concepção daqueles que criticaram os novos reforços. De fato, Bjelica ficou de fora da lista das 12, mas Malesevic não só foi convocada como fez um excelente torneio, fazendo sua seleção chegar pela primeira vez a uma final olímpica e contribuindo bastante para o vice-campeonato da Sérvia.

Malesevic e Bjelica na apresentação oficial do clube. Foto: João Pires/Fotojump

Com a poeira mais baixa, as garotas sérvias já estão no Liberatti treinando com o resto da equipe. A torcida, por sua vez, vê nas estrangeiras, principalmente na ponteira Tijana, a esperança de melhorar na qualidade de ataque e recepção. Para muitos, uma jogadora de alto nível e que já vem de boa fase em um torneio tão importante como as Olimpíadas realmente faz a diferença.

A decisão da contratação delas veio de uma longa conversa entre o técnico Luizomar de Moura e seu auxiliar Spencer Lee. Com o orçamento mais retido devido a "crise financeira" e o desejo de reformulação, trazer as sérvias foi uma saída mais econômica e inteligente. Desse modo, é possível afirmar que o Vôlei Nestlé, mesmo com elenco diferente, ainda possui favoritismo ao menos para avançar na classificação para os playoffs. Por sua popularidade e enorme torcida, a equipe não deixa de fazer peso no torneio. Será necessário o empenho máximo de suas atletas para que possam espantar de vez a má fase e volte a conquistar o titular nacional mais importante.

Luizomar discursando sobre planos para a nova temporada. Foto: João Pires/Fotojump

FORTALECIMENTO DOS ADVERSÁRIOS E EQUIPES EM ASCENSÃO

Enquanto isso, os adversários da equipe paulista também seguem se fortalecendo. Além do atual campeão, Rexona/Sesc, as equipes mineiras Dentil/Praia Clube e Camponesa/Minas também aumentaram seus investimentos desde a última temporada, principalmente a equipe de Uberlândia, que após atingir o surpreendente vice-campeonato, tratou de manter sua base e correr atrás da bicampeã olímpica Fabiana. Quanto aos times paulistas, também apresentam bom elenco. A maioria das jogadoras já têm experiência no formato de jogos da Superliga e prometem fazer do torneio uma das temporadas mais disputadas.
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About Unknown

Brasileira e alagoana. Proprietária e Redatora da United for Volley, estudante de Jornalismo e Design Gráfico, jogadora de voleibol e amante de música pop.

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